Lançou-se.
Jogou seu corpo do alto sem temer se cairia no lugar certo.
Desejara, apenas, encontrar os braços certos.
Aquele abraço quente.
Alguém que a acolhesse.
Agora, caia.
Com a velocidade de um amante em busca do seu amado.
Com a beleza de uma princesa a espera do seu príncipe.
Com a leveza da mais bela borboleta.
Anjo sem asas.
Entregara sua vida com tanta intensidade que não conseguia ver o que a esperava ao longe.
Lançou-se.
Não via através da escuridão.
Só sentia.
Tinha a certeza de que daria certo.
Anseava encontrar aqueles olhos doces quando caísse.
Avidamente procurava os rubros lábios que tanto a enlouquecia.
Ora o que tinha a perder?
Jogou-se com tanta força que o vento gelado parecia cortar-lhe o rosto, mas, mesmo assim, não se importava.
De repente encontra-se com o chão.
Surpreendeu-se ao perceber o erro.
Novamente caíra longe dos braços tão desejados.
Outra vez via-se sozinha.
Como cometera tão grande erro?
Tinha certeza de que acertara dessa vez.
Com o rosto coberto de terra , chorou.
Suas amargas lágrimas molharam a face levando consigo os sonhos.
Sentiu escorrer por entre os dedos o amor que nunca lhe pertencera.
Voaram pra longe de seu corpo as doces ilusões.
E, outra vez, a solidão fazia-lhe companhia.
Outra vez solidão
domingo, 28 de novembro de 2010
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Houve um tempo no qual já não sabia quem era quem
sábado, 20 de novembro de 2010
Os olhos fundo denunciavam a noite mal dormida.Aquilo a atormentava.Ouvia o eco do seu erro.Sobre a mesinha de cabeceira, o celular vibrava. Não queria atendê-lo. Não podia ouvir sua voz . Mas, insanamente, necessitava vê-lo, de novo. "Alô?" Ficou em silêncio. "Clara?Sei que é você!" Não podia falar. "Está bem! Eu só quero dizer que ... que ... que te ... que sinto muito" E a ligação termina. Como podia insistir em ignorar o fato? Os olhos agora choram. Sua ausência corroía-lhe o peito. Não conseguia deixá-lo ir. Como a atraía com tanta força? Por que não conseguia afastar-se desse pernicioso amor? Paixão que fazia perecer. "Corre!" Mandava sua razão. Suas vidas se entrelaçaram. Fugia. Enlouquecera. Foi quando notou que já não sabia quem era quem.
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E mais nada
sábado, 13 de novembro de 2010
E ele esperava.
Parecia ansioso.
Ora olhava o relógio ora o celular.
Será que esperava a mais bela moça?
Ou um amigo que, há tempos, não o via?
De qualquer jeito, devia valer a pena.
Ali estava, duas horas mais tarde.
Será que não vem mais?
De certo não, pois o tempo mudou e, logo, começará a chover.
Cai o primeiro pingo.
Percebi, então, que seu rosto iluminara-se.
Agora possuía o que tanto desejara[ e esperara].
Rascunhado por Carol Avlis às sábado, novembro 13, 2010 3 comentários
Pessoas sentadas no sofá sonham em assistir tevê
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Era um sofá, uma estante, uma janela com suas cortinas.
Meia luz, garrafas vazias, copos virados, roupas...
Corpos nus , rostos estranhos.
De repente, da cozinha, vem o cheiro de pão. Logo o café também fica pronto.
E o eco: "Onde estou?"
Veste-se ...
Busca , na bolsa, um espelho.
Já desmaquilada , põe- se à mesa.
Come sem falar...
E o eco: " Onde estou?"
Talvez, na vida, precisa-se deixar acontecer.
Procura a chave do carro.
"Cadê?"
Volta-se , com os olhos baixos, ao ouvir o tilintar do molho, para ele.
"Minha chave!"
Sai sem olhar para trás.
E o eco: "Onde estou?"
De relance, vê àqueles olhos vazios observarem-na pela janela.
Corpos sozinhos, um doce e amargo gosto na boca ...
E o eco: "Por que não fico?"
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Cor de amor [?]
terça-feira, 9 de novembro de 2010
- De que cor são seus olhos?
- Da cor que quiser que sejam ! ...
- Humn ... Eles tem cor de amor!
- E o amor tem cor?
- Lógico que tem! Bem ... vejamos. Minha mãe é ruiva,então nosso amor é laranjinha. Já meu pai é negro, o nosso amor é, por isso, marrom. Entendeu a lógica?
- Sim,mas ... de que cor são meus olhos?
- Cor de amor!
- Sei, sei... mas, por exemplo, o seu com a sua mãe é laranja, e o meu? De que cor seria? Azul, preto, amarelo? Qual cor? Qual?
- Se fosse para avaliar agora. Mas, seria vermelho para falar a verdade, não sei. Você parece ser uma mescla de várias cores.
- Isso é bom?
- Lógico que é. Assim, sempre teremos uma cor para ver.
- Ah!, gosto, então, da cor do amor! ...
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Invasão
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Surgiu de repente.
Parecia ser bom.
Trouxe-me ânimo.
Disse-me que tudo podia.
Mentira!
Invadiu meus sonhos ...
Quis roubar o que é meu e tenta viver minha vida...
Quer tomar posse do que penso e do que sinto.
Saia!
Não tens esse direito.
Não podes mudar tudo.
Tentei fugir,mas me persegue.
Busquei refúgio, mas, lá, encontrou-me.
Deixe-me em paz!
Não vou mais suportar a dor de ficar sozinha.
Culpa sua!
Agora pereço...
Rascunhado por Carol Avlis às quinta-feira, novembro 04, 2010 1 comentários
Minha amiga Linda
Ligeiramente, dirigiu-se para sua mão.
Pôs-se,então, a brincar de passar de um dedo para o outro.
Como podia ser tão encantadora?
De repente, voou.
E, para não perdê-la de vista, foi atrás.
Correu até que, ela, tornou-se várias.
Encontrara, longe, um lugar onde as flores trouxeram magia e beleza.
Onde o perfume fazia reviver as mais doces lembranças.
Prendera, então, sua atenção numa daquelas joaninhas.
Era diferente da outra.
Tinha manchas pretas espalhadas num amarelo vivo, o qual acentuava o redondo das asas fechadas.
" Oi dona joaninha. Posso chamá-la de Linda?"
O silêncio da nova amiga respondeu inocente pergunta.
"Quer ir para casa,comigo? Minha mãe fez bolo de chocolate! "
Proposta tentadora,mas, Linda, parecia não ouvir.
Ora, "como pode alguém recusar bolo de chocolate?"
Com certeza, essa era uma amiga diferente.
Mas, mesmo assim, desejou que fosse para sempre.
[daqui pra frente é a parte que a Malú escreveu]
Talvez Linda seja alérgica que nem a Laura, que não pode comer nada.
"Você é alérgica a chocolate, Linda?"
Mas Linda só sabia andar de lá para cá.
Linda, então, começou a comer uma folhinha*.
A pequena com cheiro de jasmim.
"Alguém com um gosto assim , não se deixa estranhar pelo fato de não gostar de bolo de chocolate".
P.S.: Escrito a quatro mãos. Né,Malú!?
* A nível de curiosidade, joaninhas NÃO comem folhas. Elas comem insetinhos. Mas a Malú disse que isso acaba com a fofinhez delas, fica melhor deixar folhas.
Rascunhado por Carol Avlis às quinta-feira, novembro 04, 2010 1 comentários
Ah!, se aquele idiota ainda vivesse
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Odeio toda essa retórica.
Agora dizem que sou querido [?]
Não perceberam que estão sendo patéticos?
Para mim, se assemelham a animais.
Sim!Parecem cavalos,cachorros,vacas...
Olha!,que linda gatinha veio me fazer um afago.
Pena que já não sinto essas pequenas mãos e que não posso retribuir tal carinho...
Lá vem àquelas galinhas,com suas vozes irritantes.
Calem-se!
Deixem-me descansar em paz.
Aliás,descanso fora o que nunca me deram.
Vermes!
Tentaram viver minha vida e, agora, atormentam até em minha morte.
Sujos!
Mentem até sobre meu corpo.
Por isso prefiro a sinceridade dos demônios que afligiram-me enquanto vivo.
Prefiro a solidão do meu túmulo, a ouvir que tens para falar.
Desejo, avidamente, que enterrem meu corpo,logo.
Que me esqueçam.
Vão!
Sumam!
Deixem-me apodrecer.
Permitam que esse idiota,ao menos, morra se precisar lembrar-se de suas mazelas...
Saiam!
Saiam!
Rascunhado por Carol Avlis às terça-feira, novembro 02, 2010 2 comentários